quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Stand Up Parte 1

Bom, hoje resolvi que o tema vai ser minha filha. Tenho,como toda mãe,histórias altamente constrangedoras pra contar...então queria compartilhá-las com vocês.
E o mais louco,é que começa logo quando a criança aprende a falar e vai até o fim da vida.
Minha filha começou com 2 anos...veja bem,2 anos na verdade ela começou filosofando sozinha, ainda não tinha me metido nessa.
O nome dela é Luiza e toda vez que ela ia fazer cocô no seu piniquinho,ela pedia:
-mamãe, por favor encoste a porta e me deixe só.
Eu respeitava, saía e ficava só esperando a hora dela gritar o famoso:
-mãe, acabeeeei!!!
Aí eu ia lá e limpava ela...alguém sempre tem que fazer o trabalho sujo, e normalmente esse, quem faz é a mãe.O pai leva pra passear já limpinho e cheirosinho.
Bom ,mas essa é outra história. Enfim, toda vez que ela ia fazer o cocozinho dela era isso assim nessa ordem. E eu ja tinha percebido que quando ela me mandava fechar a porta e sair, ela ficava lá dentro do banheiro no maior bate papo.
Até que um dia eu resolvi ouvir atrás da porta,(olha que ridículo),e eu ouvi...ela falando muito sério, você imagina uma criatura de 2 anos fazendo cocô em seu piniquinho,completamente só no banheiro, eu ouvi a frase:
-o meu nome é lu,o meu nome é su, o meu nome é eu. E logo depois:- mae, acabeiiiiiiiii! Nisso ela tinha 2 anos,aí foi só fazer 3 pra começar a me sacanear.
O cenário que ela mais gostava era o elevador,porque a gente morava no décimo andar e o elevador era lento...então quando parava em algum andar na viajem até o térreo, porque é óbvio que sempre parava,imagina,o prédio tinha 16 apartamentos por andar e sempre só um elevador funcionando,qualquer hora que eu entrasse nele,alguém em algum,ou alguns momentos da viajem iria entrar. Aí entrava alguém, ela esperava a porta do elevador fechar, que era pra eu não ter pra onde fugir, pra começar os constrangimentos. Então vc imagina, era um verdadeiro terror viajar de elevador com minha filha de 3 anos.
Uma vez tava só eu e ela, e eu tava naqueles dias bom humor sabe, que a gente fica até um pouco retardada com a criança, na verdade era um bom humor misturado com um certo tedinho.
Aí entramos no elevador e eu comecei a cantar e dançar igual uma idiota:
-oi põe aqui oi põe aqui o seu pezinho.
Tava eu toda animadinha,ela nem tanto. Quando parou logo de cara no nono andar. Eu pensei fudeu. Aí sim ela já se animou toda. Me entra uma senhora daquelas que todo mundo detesta, que reclama das festinhas, do som alto, esse tipo de gente sabe? E eu obviamente fiquei seríssima, parei de cantar, de dançar e de ser idiota. Assim que ela entrou eu disse: - bom dia. Niqui fechou a porta do elevador, bem fechadinha, a Luiza fala:
- vai mãe, continua.
–continua o que minha filha.
–ah mãe, eu hein...continua fazendo aquilo.
–filha...que quilo?
Ela vira pra senhora, que diga-se de passagem nada receptiva, e diz:
-ela tava cantando e dançando igual uma louca, aí você entrou e ela ficou com vergonha,né mãe?
Acredita que a velha saiu resmungando?
Teve outro também, que era um cara esquisitão do prédio, simpático até, mas ele tinha uma barriga redonda enorme, aí um dia ele entrou no elevador. Fechou a porta ela pergunta cutucando a barriga do moço:
- tem neném aqui,mamãe?
Aí eu dei aquele sorrisinho maroto pro homem e expliquei paciente como toda mãe deve fazer:
- não minha filha, você não sabe que homem não pode carregar neném na barriga?
Aí pensei,ponto pra mim,ela não conseguiu me sacanear. Então ela perguntou:
- e por que a barriga dele é assim tããão enorme?
Aí fiquei sem graça...mas fui malandra,três anos já de experiencia respondi:
-pergunta pra ele,ora.
Ela perguntou:
-hein moço,porque que sua barriga é tããããão enorme?
Ele disse,querendo ser simpático:
- porque eu engoli uma melancia inteira.
Gente, a cara da Luiza parecia que não ia nunca mais voltar pro lugar. Ela olhava pra boca do homem, pra barriga,pra boca, pra barriga,boca,barriga...a gente foi saindo do elevador e ela olhando pra ele que ficou pra trás, boca, barriga e me perguntou:
- como ele conseguiu mãe?
E eu disse:
-Luiza, aquilo não é melancia,é que ele é gordo,barrigudo.
E ela: - e por que vc não disse?
Teve um também que não foi no elevador. Aquele cenário já tinha perdido a graça,aí ela começou a expandir. Esse foi no Hortifruti. A gente tava entrando no Hortifruti, eu tava meio apressada, fui entrando de repente eu olho pra trás e ela ta lá na porta, segurando um anão, com uma cara preocupadíssima gritando:
-mãe, olha que eu achei aqui!!!!!um menino pequinininho sozinho, sem pai nem mãe...acho melhor a gente levar ele pra nossa casa.
Ela puxava o anão e eu dizia:
-não filha, solta o moço.
–mãe, não é moço.num tá vendo que ele é do meu tamanho?
E um dia que eu fui levar ela na escola, sempre atrasada, correndo, ainda precisei passar num posto, sabe aquele posto do humaitá que chamam de saideira, aquele que qualquer hora do dia ou da noite só tem homem bêbado com cara de tarado? Então,chegamos lá e assim que chegamos os homens já me olharam como se eu fosse um pedaço de carne sabe? Tava o maior vendaval, e eu tava de saia. De repente passou um vento que quase levantou a minha saia.Eu segurei,ui,e dei aquele sorrisinho meio sem graça pros homens que não tiravam os olhos de cima de mim. Aí a Luiza falou bem alto:
- caraca,quase hein mãe...- olhou pros homens e disse: - e olha que ela não usa calcinha! Arregalei aqueles olhões de mãe que não tem o hábito de dar beliscão, fomos embora e desde desse dia passei a usar calcinha. Mas nessa ocasião, ela já era maiorzinha...tinha 4 anos.

2 comentários:

  1. Caraca, ri horrores das histórias da Lú. Saudades dela e de você! A minha peça com o Elio vai estrear e quero vc lá, viu?!
    Bjundasssssssss

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  2. Demorou Paula. vou ler um por dia, desse episodio da luiza.Gostei tambem da casa dos sonhos com flauta e padaria. bjao
    guiga

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