quarta-feira, 1 de junho de 2011

Teoria Amorosa ou Aquele Girassol...


Sabe o que é?
É que hoje me peguei pensando quase sem sentir.
Me vi criando uma estória antes mesmo de existir.
Sabe o que é?
É esse Girassol, lindo, bem no meio da minha sala. Aquela sala que eu ganhei no mesmo dia em que você chegou.
Aquela, que comemorei meu novo sofá, com você na minha cama.
E esse Girassol...
que não me permite passar por ele impunemente.
Esse Girassol que sorri pra mim escancaradamente, me obrigando a parar ao invés de passar.
E foi ali, parada, olhando bem dentro dos olhos dele, daqueles olhos de Girassol, que comecei a pensar.
Primeiro, sorri de volta retribuindo seu sorriso e pensando no agora...nesse presente tão doce e raro que a vida e você me deram.
E pensei, ainda sorrindo, em como era bom receber uma flor. Pensei que tenho que viver cada parte desse início. Que não posso admitir nenhum tipo de desperdício. Seja ele qual for.
Que quero fazer bem atento o meu coração, que é pra não perder a mão.
Começo então, a quase esconder alguns dentes do meu sorriso, antes escancarado. E penso que é preciso tomar cuidado.
E vou me dando conta de que eu não sei como é que me relaciono na prática, agora do jeito que eu sou.
E penso que há tanto tempo eu venho sendo uma teoria.
Uma teoria amorosa...
Há muito tempo que deixei de ser verso e virei prosa.
Prosa em mesa de bar.
Começo a pensar no trabalho diário de um relacionamento, agora, nesse momento que eu tô. Nesse momento que eu sou.
Agora, que já me faz falta um amor. Um amor que tanto espero.
Agora, que tanto amadureci e que já sei quase exatamente o que eu quero.

E com meus olhos fundos, bem lá dentro dos olhos do Girassol, vejo que pensei tudo isso em questão de minutos.
E desperto, sobrancelha franzida e sorriso fechado.
E então percebo que ele, o Girassol lindo, bem no meio da minha sala (aquela sala...), não havia escondido uma pétala do seu sorriso. Ele continuava sorrindo pra mim do mesmo jeito que sorria no começo.
E com os olhos me trouxe de volta. De volta ao começo. De volta pra cá, pra esse lugar. Pro que eu sei, pro que eu tenho. Nesse presente tão doce e raro que você e a vida me deram.
E depois...o futuro..
E daí?
Futuro, não é agora.
Depois, não é presente.
Quando o presente do futuro chegar, eu não tenho dúvida...
Sempre vai ter algum Girassol pra eu poder olhar.

Escrevendo na minha sala, com o Girassol de testemunha.

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