domingo, 6 de fevereiro de 2011

Hoje eu não tava afim de ser ímpar...ou Hoje eu fui pro meu fabuloso mundo...

Fico só esperando a hora de ir deitar, pra fechar os olhos e viajar
pro meu fabuloso mundo com você.
Seja lá quem seja você...
Coloco um rosto provisório.
Eu e aquele...
Só nós dois na minha cabeça.
Mais nada. Nenhum pensamento.


Deito, desligo tudo e vou correndo
pro meu fabuloso mundo.
Aí começo a imaginar...
eu e você em qualquer lugar.
Um dia inteiro, sem desgrudar.
Fazendo o ímpar virar par.
A gente acorda,
se beija ainda com gosto de sono
e com olhos de sonho.
Depois fazemos amor,
com o canto dos passarinhos...
E muitos carinhos também.
E lá no fundo, tocaria Coltrane.
Te dou: -bom dia, meu amor...
E depois ficamos um tempo enorme abraçados,
enroscados, suados de tanto torpor.
Dormimos mais um pouco
só pra relaxar o corpo.
Acordo, te olho do meu lado, dormindo.
Te faço um cafuné
e te vejo sorrindo, tão lindo, pra mim.
Só assim, a gente espreguiça pra poder enfim, levantar.
Tomamos nosso café, eu no seu colo,
olhando o dia lá fora que vai começar.
É dia de sol. E eu acordei em Mi bemol.
Então, com a alma renovada e o sorriso no rosto
(ou com a alma no rosto e o sorriso renovado)
vamos caminhando, sempre de mãos dadas,
lado a lado, até a cachoeira.
Imagina...o tanto...lá...só nós dois...
...
...
...
...
Pic-nic com toalha quadriculada, cestinha de palha,
a gente alimenta o corpo.
E jogados na grama, olhando pro céu na mesma direção,
a gente divide nosso coração. Nossas histórias.
Que não são poucas.
A tarde vai caindo e a gente vai saindo
correndo de volta pra casa.
Depois de tudo, depois de tanto,
ainda temos a noite...
Abrimos um vinho.
Na vitrola, Madredeus.
Tiramos todas as roupas
e me faço tua nos braços teus.
E vamos com nossas taças pro nosso banho.
E lá...só nós dois...imagina...o tanto...
...
...
...
...
Te esfrego as costas, te beijo a nuca
e te abraço forte debaixo do chuveiro.
Te deixo inteiro. Pra vida.
E te curo de qualquer ferida.
Corpo apertado no corpo.
Boca não diz palavra.
Saímos do banho e vamos ver a Lua.
Você nu e eu nua.
Numa rede do lado de fora.
A Lua nos saudando enquanto a gente namora.
...
E assim adormeço no seu peito,
sem pensar, sem querer saber direito
se no dia seguinte eu tenho que ir embora.
A única coisa que eu sei, que me conforta,
é que basta eu ir me deitar,
desligar tudo,
pra qualquer dia,
nessa mesma hora,
eu poder voltar pro nosso mundo.

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