quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O Peito do Meu Bem ou O Reconhecimento

Eu sempre, durante toda a minha vida, sonhava com um homem que fosse grande. Um homem grande pra que eu me sentisse coberta e acolhida por ele. E pra isso, no meu caso, teria que ser um homem grande mesmo, porque EU sou uma mulher grande.
Tive vários homens. Alguns, eu diria.
Passaram por mim os franzinos, os gordos e grandes, os grandes e fortes; mas nunca, nem o maior deles, conseguiu fazer eu me sentir segura e coberta como eu desejava.
Alguns até chegaram perto, mas não era exatamente...de certo. Eu sempre me desvencilhava desconfortável. Deitar no peito deles, por mais fofo e pseudo- aconchegante, nunca alcançou a minha expectativa de acolhimento.
Com isso, com toda essa sempre falta de encaixe no peito, comecei a achar que a verdade era que EU é que não conseguia me encaixar em ninguém. E que tudo bem...a vida nem sempre é do jeito que a gente quer, exatamente do jeito que a gente sonhou.

Até que eu conheci alguém.
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Um homem.
Que no começo, assim apenas olhando pra ele, eu não via aquele homem grande fisicamente que pudesse me cobrir como eu sempre imaginei. Mas eu já tinha desistido disso mesmo...
Então, o primeiro contato aconteceu.
E ali, no ato, de fato eu entendi tudo.
Não era o corpo grande que eu queria.
Eu queria os olhos me cobrindo...
e aqueles olhos me cobriam.
Eu queria mãos acolhendo cada parte do meu corpo...
e aquelas mãos acolhiam.
Eu queria o peito me assegurando de que ali era o meu porto seguro...
e aquele peito me assegurava de tudo.
Eu queria um corpo que me garantisse que era o encaixe perfeito pros malfeitos da vida...
e aquele corpo me garantia.
Eu queria uma alma que eu reconhecesse...
e aquela alma eu reconhecia.
Percebi então o que de fato eu tanto desejei:
Não era apenas um homem grande que eu sempre quisera.
Era um grande homem, um homem de verdade...
E isso, aquele meu homem era.

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