domingo, 30 de janeiro de 2011

O Fabuloso Mundo de Paula Alexander ou Por um Personagem Sem Rosto


“Preciso ter certeza que inventar nosso encontro
sempre foi pura intuição, não mera loucura...”
Caio Fernando Abreu


Ontem, tantas coisas ditas
e hoje o silêncio...
Um silêncio vazio, cheio de dúvidas.
Mais uma vez, volto a pensar...
o que é que eu tô querendo.
O que eu ando buscando.
Acho que busco o impossível só pra ter histórias.
Só pra criar histórias de amor e poder escrevê-las.
Mas não vivê-las.
Talvez eu esteja com medo.
Talvez eu ande buscando a inspiração.
Difícil inspiração quando não se apaixona.
Fácil se apaixonar (ou achar que) quando se está carente.
Gosto das fantasias. E amo imaginar os encontros.
Esses encontros que aparecem do nada
e que de repente vai se tornando a data mais esperada.
Os encontros carregados de história.
Mesmo que seja único...(talvez disso que eu tenha medo)
é sempre tão bonito.

Ontem, as tantas palavras doces,
alguns planos banais,
me fizeram sair pela rua cantando e esperando...
Esperando o próximo encontro,
aquele, quase impossível.
As próximas doces trocas. Escritas.
As tantas outras histórias que eu,
e de repente só eu, criaria.
No fabuloso mundo de Paula,
onde ainda se acredita em encontro de almas.
Lá, diferente das outras fábulas,
a busca não é por um encontro encantado
e sim por um amor a ser lapidado.
Lá, não basta apenas a princesa cantar pro príncipe se apaixonar.
Lá nem tem príncipe, se você quer saber.
Lá o príncipe virou homem e a princesa virou mulher,
ambos com suas marcas no rosto e fragilidades na alma.
No fabuloso mundo de Paula,
a troca é sempre tão recíproca.
Ainda se acredita na relação perfeita,
mesmo com todas as imperfeições que uma relação nos oferece.
Lá se agradece o dom de transformar.
Lá, o um se transforma em par.
Lá a gente se esquece de tudo,
pelo menos por um segundo deixa tudo pra lá
e vai correndo pro nosso mundo,
aquele mundo particular.

E hoje você não veio...
E eu senti falta...(?)
E voltei a pensar...
Será? Será que continuo te fazendo foco da minha inspiração?
Será que continuo te fazendo fábula desse meu coração?
E será que era mesmo só isso?
E se fosse mais? E se fosse real?
E se eu me apaixono? Faz-se como?

Talvez eu devesse criar um personagem sem rosto.
Um ideal sem sombra, um reflexo utópico.
Uma fábula só minha,
onde eu crio os personagens, as histórias,
eu crio a reciprocidade,
eu crio as imperfeições da relação (e resolvo),
eu crio as perfeições (lapidadas),
eu crio o primeiro encontro no lugar mais lindo,
eu crio o primeiro olhar, o primeiro beijo...
E o mais importante, coisa que nunca fiz no meu fabuloso mundo...
eu crio o fim.

Acho que por enquanto,
enquanto realmente ninguém aparece,
enquanto o encontro não acontece,
talvez seja melhor assim...


sábado, 29 de janeiro de 2011

Eu e Minhas Estórias...















E uma estória me vem...
De um alguém que não conheço bem.
Na verdade não conheço nada...
Mas quero.
E mais uma vez, longe, quase impossível.
Começo alguma coisa que também mais uma vez não sei o que é.
Mas que depois de pouco tempo de conversa, passo muito tempo pensando.
Passando o dia inteiro esperando...
Esperando a hora de voltar e poder me conectar.
Chego, me conecto.
Te encontro. Lá.
E me chama de graciosa...
Perigo pra uma carente eminente.
Me derreto.
Você se despede, logo.
Precisa derreter outro açúcar...
Te quero de volta. Te quero saber mais...
Te espero voltar e no início da espera,
me cortam a conexão. Pela raiz.
Espero, paciente, ela voltar.
E ela não volta.
E junto com ela, ele...
Aquele...
Que eu pouco sei, mas acho que reconheço.
Estranhamente, na minha tela, duas únicas páginas abertas...
Sua foto e seu escrito.
“Os Namorados (Páris e Helena)”
E era tudo que eu tinha, fora toda minha fantasia...
E passei a noite, acordada.
E sempre que podia dava uma espiada...
Nas linhas escritas e nas marcas do rosto.
E um verso ficou no gosto da boca.
No fundo da cuca.
Na beira da alma.
E com muita calma,
um certo desejo de ser aquela.
Daquele...
Na minha fantasia, quis...
Beijar cada árvore da tua caverna.
Sempre sem lanternas...
Apenas na luz da Lua, ou das velas...
E assim, adormeci.
Te desejando livre, mas por perto.
E se perto,
comigo, dentro...
Contigo, entro.

Madrugada de 29 de janeiro de 2011